terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nossas Elites



Ainda é pertinente a discussão sobre classes sociais? Os mesmos elementos que decretaram “O fim da história” também aboliram as classes. Da noite para o dia deixaram de existir as classes e os antagonismos de classe. Hoje só existe o cidadão rico e o cidadão pobre e a passagem da categoria de cidadão pobre para a de rico se dá pelo esforço pessoal, ou, como dizia Rockfeller, através do trabalho árduo. No entanto, qualquer pessoa que olhar atentamente para a sociedade verá que as coisas são bem diferentes. Em todas as partes observa-se uma brutal estratificação social, e cada grupo de cada estrato cumpre um papel bem definido na sociedade. Então, para os que têm fome de saber e de mudança e não se deixam levar pela balela do “fim das classes”, o artigo abaixo, extraído de um livro que estou lendo, será muito interessante.

Nossas Elites

Elite é aquele corpo seleto de pessoas que maior influência exercem na organização e na condução de sua sociedade¹. Ela é formada por dois corpos principais: o patronato, que tira seu poderia da propriedade e exploração de empresas produtivas e de bancos; e o patriciado, formado pelos que mandam através do desempenho de cargos, como os políticos, os juízes, os generais, os tecnocratas, os administradores, os bispos, os principais jornalistas e tantos outros.
Às vezes tornam-se ambíguos, como no caso de empresários bem-sucedidos, que entram na política para exercer mais plenamente sua vontade de poder e de riqueza. Ou o dos patrícios, que exercem seus cargos para enriquecer, a fim de ingressarem no patronado. Mesmo quando distinguíveis, eles são essencialmente solidários, porque a função efetiva do patriciado é a ordenação legal e jurídica da sociedade, seu governo e a manutenção da ordem, para que o patronado possa exercer livremente sua função de gestor da economia.


Texto extraído do livro intitulado “O Brasil como problema”, do professor Darcy
Ribeiro

¹ Todos os grifos são meus

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